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Dúvidas Frequentes

O abscesso cerebral é definido como uma infecção focal no cérebro que evolui para uma bolsa com conteúdo purulento. A infecção pode comprometer uma ou mais áreas do cérebro. Embora o abcesso cerebral seja raro, ele é mais frequente em jovens do que em outras faixas etárias. As causas mais frequentes incluem vírus e bactérias. A infecção pode se espalhar de outra parte do corpo que já esteja com infecção (mais comum), por via sanguínea ou também pode infectar o cérebro através de um machucado/trauma no crânio – porta de entrada.

O diagnóstico é feito por exames de imagem como tomografia e ressonância magnética. O tratamento deve ser precoce e inclui além de antibióticos por vezes a realização de drenagem com cirurgia.

A origem dos cistos aracnóides ainda não está totalmente esclarecida. Eles são formados pelo acúmulo de líquido, que por uma falha na formação do sistema nervoso do embrião, ficou preso entre uma das membranas que revestem o cérebro.

Geralmente, os cistos menores e assintomáticos não são cirúrgicos. Atualmente, recomenda-se que apenas os cistos sintomáticos e/ou com compressão do cérebro inequívoca devem ser operados. A decisão do tratamento cirúrgico dependerá de alguns fatores: o tamanho do cisto, a sua localização e a relação destes fatores com as queixas e o exame neurológico da criança.

Cada forma de tratamento tem suas vantagens e desvantagens, sendo uma ou outra indicada preferencialmente para cada tipo de cisto de acordo com as suas características e a experiência do neurocirurgião.

A avaliação e acompanhamento cuidadoso da criança por um especialista experiente é a melhor opção para evitar tratamentos desnecessários, minimizar a ansiedade dos pais e indicar com precisão o melhor caminho a seguir para cada caso.

A deformidade posicional ou plagiocefalia posicional consiste na assimetria do crânio provocada por forças externas na cabeça do bebê.  A sua apresentação mais comum é um achatamento occipital (parte posterior da cabeça).

Em 1992, a Academia Americana de Pediatria (AAP) lançou uma campanha de prevenção da síndrome de morte súbita em lactentes, que orientava as mães a estimular o decúbito dorsal dos bebês até os seis meses de vida. Como consequência, observou-se um aumento importante na incidência da deformidade posicional.

A deformidade posicional ou plagiocefalia posicional  é uma condição “benigna”, não sindrômica, com excelentes resultados terapêuticos e estéticos se diagnosticada e tratada precocemente. Pode estar associada também à prematuridade e ao torcicolo congênito. De uma forma geral, o tratamento é realizado com mudanças posturais e fisioterapia. Em casos severos, pode ser necessário o uso do capacete para resultados mais rápidos.

A encefalocele é uma malformação fetal rara que ocorre durante a gestação devido ao fechamento incompleto do tubo neural. Resulta na protrusão de estruturas do encéfalo por aberturas no crânio. Pode causar apresentar sérias consequências para o bebê: alteração do desenvolvimento neuropsicomotor, hidrocefalia, tetraplegia espástica, crises convulsivas e alterações na visão. Muitas vezes, a encefalocele é identificada ainda durante o acompanhamento pré-natal e os pais são orientados a um seguimento médico mais rigoroso . O tratamento na maioria das ocasiões é cirúrgico e o seguimento é realizado com equipe multidisciplinar.

A epilepsia é a ocorrência de descargas elétricas anormais no tecido cerebral. Chamamos de epilepsia quando ocorrem  mais de 02 episódios de crises convulsivas no mesmo paciente. Normalmente o tratamento da epilepsia é realizado com medicamentos. Em cerca de 20-30% dos casos, mesmo fazendo o uso correto a medicação as crises não são controladas. Nesses pacientes a investigação deve ser mais detalhada a fim de identificar se é possível melhorar o controle das crises com cirurgias. Os pacientes que não respondem ao tratamento medicamentoso chamamos de refratários.

Assim, de acordo com o tipo de epilepsia o tratamento pode ser cirúrgico. As cirurgias podem ser ablativas, de desconexão ou modulatórias. A melhor forma de tratamento deve ser estudada e indicada por um especialista.

A espasticidade é uma condição em que os músculos apresentam uma resistência aumentada a velocidade de alongamento. Pacientes com espasticidade apresentam o enrijecimento da musculatura dos braços e pernas, deformidades ósseas e das articulações, além de alguns tipos de movimentos involuntários . Estes sintomas podem causar dor, resultar em perda de capacidades funcionais e dificuldades para cuidados pessoais e de higiene!
O  tratamento da espasticidade é baseado em uma abordagem multidisciplinar. Vários profissionais de diferentes áreas atuando em busca de um mesmo objetivo – melhora funcional do paciente.

Os traumas cranianos são extremamente comuns na infância … por vezes além do “susto”, durante a investigação nos deparamos com alguns achados nos exames realizados.
Dependendo da idade da criança, da intensidade do trauma e da forma como ocorreu o trauma pode ocorrer a fratura (“quebra”) do osso do crânio. E vai ser necessário cirurgia ?
Na maioria das vezes a resposta é NÃO! As fraturas lineares ( traço de fratura ), sem afundamento ( depressão do osso ) importante e fechadas ( onde não tem pele “ aberta “) normalmente são tratadas sem cirurgia.
Normalmente, a evolução é favorável e não altera a evolução neurológica da criança.

As MAVs cerebrais são lesões congênitas que resultam da falha de desenvolvimento vascular cerebral. Comumente tornam-se sintomáticas durante a segunda e quarta década de vida, apresentando-se com sangramento, crises convulsivas e déficits neurológicos. As MAVs em crianças compõem 3 a 20% dos casos.

O sangramento intracraniano é a apresentação clínica mais frequente. Na literatura, eventos hemorrágicos de MAVs em crianças foram associados a uma mortalidade de até 25%.

O tratamento das MAVs objetiva a exclusão da lesão vascular para prevenir eventos hemorrágicos recorrentes e
preservar a função neurológica. O sucesso do tratamento da MAV depende da localização, do tamanho e das suas propriedades hemodinâmicas. O tratamento das MAVs pediátricas deve ser sempre realizado de forma multidisciplinar. Dependendo da classificação das MAVs as opcões são cirurgia, embolização e radioterapia.

A Malformação de Chiari corresponde a descida de parte do cerebelo através do forame magno, o maior orifício da base do crânio.  Os sintomas consistem em dores de cabeça, alterações de força e sensibilidade, disfunção na coordenação e comprometimento dos nervos cranianos. O tratamento depende da intensidade dos sintomas e do grau de comprometimento neurológico. A cirurgia, quando indicada, consiste na descompressão da junção crânio-cervical, que significa aumentar o espaço entre o crânio e o cerebelo a fim de aliviar a pressão e reestabelecer o fluxo do líquido cerebral.

Não. O fechamento da moleira não é uma doença. O que pode ocorrer é o fechamento precoce das suturas cranianas, que são as conexões entre os ossos do crânio. Quando isso ocorre chamamos de Cranioestenose.

De uma forma geral, o fechamento da “moleira” não é um problema. Muitas vezes o bebê pode nascer com ela fechada ou até mesmo permanecer com ela aberta até o 2º ano de vida. As fontanelas ou moleiras normalmente fecham em momentos distintos. A posterior fecha entre 3-6 meses e a anterior entre 18-24 meses. Vale lembrar que pequenas variações são possíveis e não necessariamente são patológicas.

A moleira ou fontanela é uma região amolecida, formada por tecido membranoso, que se localiza entre os ossos da cabeça do recém-nascido.  Durante o nascimento, a flexibilidade dessa região permite que os ossos do crânio do bebê deslizem e se encaixem para facilitar a passagem pelo canal do parto.
Normalmente, temos duas moleiras: a fontanela anterior e a posterior. Não devemos confundir o fechamento das moleiras com a ocorrência de uma doença chamada Cranioestenose. Se existir dúvidas consulte um Neurocirurgião Pediátrico.

A trombose venosa cerebral é a ocorrência de um coágulo no interior das veias cerebrais. Os sintomas incluem: dor de cabeça, convulsões, alterações motoras, alteração do nível da consciência, fraqueza e outros sintomas neurológicos. As crianças que apresentam sangue com tendência aumentada de coagulação  –  trombofilia, apresentam maior risco de trombose venosa cerebral. Fatores associados ao risco aumentado de trombose incluem imobilidade ou estilo de vida sedentário, obesidade, trauma de crânio, infecção, desidratação, doença inflamatória intestinal, câncer, tabagismo e uso de contraceptivos orais. O tratamento geralmente é realizado com medicamentos mas a cirurgia pode ser necessária em caso de acidente vascular cerebral (AVC) com inchaço do cérebro.

TCE é a sigla utilizada para o traumatismo cranioencefálico. Na infância, é uma das principais causas de atendimento nas emergências. É muito importante a correta identificação da gravidade do TCE nos pacientes pediátricos para o melhor tratamento e prevenção das possíveis sequelas.
Além dos acidentes automobilísticos, as causas mais comuns de TCE na pediatria são atropelamentos, acidentes de bicicleta, quedas de altura e lesões decorrentes da prática esportiva. Já o TCE por abuso ou “maus-tratos”, pode ocorrer pela síndrome do bebê sacudido (shaken baby), por lesões diretas, lesões penetrantes ou por compressão. Vale lembrar que nas crianças menores de 1 ano de vida a causa mais comum é a síndrome de bebê sacudido.
A maior parte dos traumas cranianos em pediatria é leve, sem lesões cerebrais ou sequelas. Apenas 10% dos casos cursam com complicações graves, por vezes necessitando cirurgia.

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